O número de ocorrências policiais relacionados
a drogas em Artur Nogueira cresceu nos meses de janeiro e fevereiro deste ano,
em relação ao mesmo período de 2014. Segundo o site da Secretaria de Segurança
Pública de São Paulo, o aumento foi de 38% nos registros de tráfico de
entorpecentes e 120% nos de porte.
Mas conforme o delegado da cidade, José Donizeti de Melo, estes são dados positivos. “Quando se tem um aumento de 100% nos registros por causa do tráfico, se tem um número positivo, porque representa o número de pessoas presas”, afirmou.
Mas conforme o delegado da cidade, José Donizeti de Melo, estes são dados positivos. “Quando se tem um aumento de 100% nos registros por causa do tráfico, se tem um número positivo, porque representa o número de pessoas presas”, afirmou.
Com dificuldade de controlar o consumo e
porte de entorpecentes, “o tráfico de drogas se tornou invisível”, contou o delegado.
Sendo assim, quanto mais forem as ocorrências registradas, se terá mais domínio
sobre a situação. Mas a maioria dos casos, de acordo com Melo, envolve
dependentes químicos que utilizam a venda para financiar seu vício. Nesses
casos, o papel do sistema penitenciário que seria punir e restabelecer o
cidadão, não é cumprido, já que o apoio necessário para a recuperação do
dependente é oferecido a poucos. “Em alguns casos, a Justiça determina a
internação de, principalmente, menores, e obriga a prefeitura a arcar com os
custos do tratamento, porque 90% das clínicas são particulares”, explica o
delegado. Ele completa que não há iniciativa da polícia para recuperar os
dependentes.
Em contrapartida, alternativas são feitas por
grupos voluntários de ajuda. É o caso da Comunidade Terapêutica Vida Melhor. Nesta
entidade filantrópica de reabilitação, criada pelo pastor Cristiano Bervint, os
pacientes passam por uma seleção que envolve entrevistas e, depois de aceitos,
devem aceitar as normas do local: há horários definidos para fazer as refeições
e dormir, por exemplo. “A pessoa precisa acertar seu relógio biológico e participar
de reuniões de terapia ocupacional com uma psicóloga ou psiquiatra – caso haja
necessidade –, ir nos cultos à noite, na reunião de sentimento e nos encontros
para sair dos vícios”, explica o fundador. Ele dá importância ao apoio espiritual,
pois acredita que o motivo que leva ao uso de drogas é a fuga de problemas ou a
busca por preencher um vazio interior, e que, segundo ele, só Deus pode ocupar.
Adriano dos Santos, 36, internado há alguns
meses, já colabora como coordenador na entidade. Ele conta que trabalhava em
outra instituição, mas sentia que faltava algo no tratamento. Após uma recaída
ele foi recebido na Comunidade e hoje afirma que encontrou uma nova maneira de
viver.
Por Aline Lüdtke e Gabriel Dias
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