quinta-feira, 22 de maio de 2014

Aumento de ocorrências sobre drogas é positivo, diz delegado

O número de ocorrências policiais relacionados a drogas em Artur Nogueira cresceu nos meses de janeiro e fevereiro deste ano, em relação ao mesmo período de 2014. Segundo o site da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, o aumento foi de 38% nos registros de tráfico de entorpecentes e 120% nos de porte.
Mas conforme o delegado da cidade, José Donizeti de Melo, estes são dados positivos. “Quando se tem um aumento de 100% nos registros por causa do tráfico, se tem um número positivo, porque representa o número de pessoas presas”, afirmou. 


Com dificuldade de controlar o consumo e porte de entorpecentes, “o tráfico de drogas se tornou invisível”, contou o delegado. Sendo assim, quanto mais forem as ocorrências registradas, se terá mais domínio sobre a situação. Mas a maioria dos casos, de acordo com Melo, envolve dependentes químicos que utilizam a venda para financiar seu vício. Nesses casos, o papel do sistema penitenciário que seria punir e restabelecer o cidadão, não é cumprido, já que o apoio necessário para a recuperação do dependente é oferecido a poucos. “Em alguns casos, a Justiça determina a internação de, principalmente, menores, e obriga a prefeitura a arcar com os custos do tratamento, porque 90% das clínicas são particulares”, explica o delegado. Ele completa que não há iniciativa da polícia para recuperar os dependentes.

Em contrapartida, alternativas são feitas por grupos voluntários de ajuda. É o caso da Comunidade Terapêutica Vida Melhor. Nesta entidade filantrópica de reabilitação, criada pelo pastor Cristiano Bervint, os pacientes passam por uma seleção que envolve entrevistas e, depois de aceitos, devem aceitar as normas do local: há horários definidos para fazer as refeições e dormir, por exemplo. “A pessoa precisa acertar seu relógio biológico e participar de reuniões de terapia ocupacional com uma psicóloga ou psiquiatra – caso haja necessidade –, ir nos cultos à noite, na reunião de sentimento e nos encontros para sair dos vícios”, explica o fundador. Ele dá importância ao apoio espiritual, pois acredita que o motivo que leva ao uso de drogas é a fuga de problemas ou a busca por preencher um vazio interior, e que, segundo ele, só Deus pode ocupar.

Adriano dos Santos, 36, internado há alguns meses, já colabora como coordenador na entidade. Ele conta que trabalhava em outra instituição, mas sentia que faltava algo no tratamento. Após uma recaída ele foi recebido na Comunidade e hoje afirma que encontrou uma nova maneira de viver.


Por Aline Lüdtke e Gabriel Dias

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