Taxa traz insatisfação a moradores da Chácara Primavera

Por Bruna Rech

Moradores da cobrança de taxa por faltade estrutura do local
 (Crédito: Rafael Acosta)

Moradores do loteamento Chácara Primavera, localizado nas proximidades do Centro Universitário Adventista de São Paulo (Unasp), em Engenheiro Coelho, estão insatisfeitos com a cobrança de uma taxa de manutenção. Marco Antônio Gerolin, presidente da associação de moradores, declara que a taxa de manutenção no valor de R$ 25 é cobrada de todos os moradores para cobrir gastos da própria chácara.

Segundo o presidente da associação a taxa cobrada banca despesas como iluminação noturna de 22 lâmpadas - pois o local não conta com ajuda pública -, um funcionário para a entrega das correspondências, recolhimento do lixo e limpeza das ruas.

Daniel dos Reis, chefe de divisão de obras públicas e particulares da Prefeitura de Engenheiro Coelho, explica que a Chácara Primavera ainda não paga IPTU, pois a documentação de regulamentação do local está em andamento. De acordo com Reis, a iniciativa da Prefeitura de não custear os gastos da Chácara Primavera e dos demais loteamentos clandestinos “não é para puni-los e sim incentivá-los a agilizar o processo de regularização do local”.

O chefe de obras acrescenta que mesmo a Chácara Primavera não gerando lucros para a Prefeitura, ela gera gastos. Segundo Daniel, os moradores da Chácara Primavera fazem uso dos mesmos benefícios do bairro Cidade Universitária, que já está regularizado. “Os serviços de ônibus escolar, coleta de lixo e atendimento médico não são negados aos moradores da Chácara Primavera”, afirma Daniel dos Reis.

Manoel Fernandes, morador da Chácara Primavera, concorda com a cobrança da taxa de manutenção, mas critica a falta de transparência com o valor arrecadado. “A minha indignação está no fato de pagar a taxa e não saber o que está sendo feito com ela”, desabafa o morador. Sobre isso, Gerolin confessa estar decepcionado com a postura adotada por alguns proprietários de imóveis na Chácara Primavera. “Muitas confusões não existiriam se alguns proprietários dessem os devidos esclarecimentos aos seus inquilinos”, explica ele.

Maria Flavia da Silva, que há cinco anos administra cerca de 40 casas de aluguel na Chácara Primavera, diz não ter muitos problemas para receber a taxa de manutenção por dar as devidas explicações aos inquilinos de sua responsabilidade. “Toda vez, antes que alguém assine o contrato de aluguel comigo é explicado que fora a locação, todo mês será cobrada a taxa de agua, luz e manutenção”, comenta a administradora.

Além da cobrança da taxa de manutenção, o descontentamento dos residentes da Chácara Primavera é agravado com o asfalto inacabado, a falta de um espaço físico para a associação de moradores e de iluminação em algumas ruas e o alto valor dos alugueis. Uma das moradoras do local, que prefere não se identificar, garante não pagar a taxa de manutenção, porque para ela, a chácara não tem estrutura adequada para moradia. Ela defende que na rua onde mora “não tem asfalto, iluminação e retirada de lixo e matos”. 

Sobre isso, Gerolin comenta que, por agora, não há possibilidade de a Chácara Primavera ter um escritório. Segundo ele esse projeto é inviabilizado “por falta de fundos para a construção do espaço e manutenção de funcionários”. Porém, ele acrescenta que a Chácara Primavera está em processo de regularização para se transformar em um loteamento fechado. Por isso, a previsão é que “assim que a chácara se tornar um loteamento fechado, certamente terá”.

Referente às reclamações do aumento abusivo do aluguel que acontece todos os anos, Gerolin alega ser justo com os seus inquilinos no reajuste do aluguel. “Porém, eu não posso responder pelos reajustes feitos por outros proprietários. Isso depende da consciência de cada um”, esclarece. Já em relação ao asfalto, o presidente defende que o motivo para a obra ainda não ter sido concluída é a falta de verba.

De acordo com Gerolin, alguns dos projetos futuros da associação de moradores e proprietários de imóveis são finalizar a documentação da Chácara Primavera para loteamento fechado, construir muros ao seu redor e terminar as instalações de postes de luzes e os asfaltos.