segunda-feira, 12 de maio de 2014

70% das chamadas aos Bombeiros em Campinas são trote

Na cidade de Campinas, 70% das ligações diárias recebidas pelo Corpo de Bombeiros são trotes. Segundo informações do Comando do 7º Grupamento de Bombeiros, das 1.400 ligações por dia, 980 são brincadeiras.

A maioria das ligações é de pessoas rindo ou que desligam ao atenderem. Já outras são de pessoas que dizem ter cometido um erro ao ligar. O número de trotes aumenta durante as férias escolares.
Para Isaías Santos, funcionário do 7º Grupamento em Campinas, a situação é preocupante e demonstra a falta de respeito às ligações emergenciais. “Trotes atrapalham o trabalho dos Bombeiros que atendem ligações [falsas], quando poderia ter alguém tentando acionar uma real emergência”, conta.

Para não cometer equívocos, a equipe do Corpo de Bombeiros realiza uma triagem antes de se deslocar para qualquer atendimento, por isso são raras as mobilizações em vão.
Esta realidade é diferente em outras cidades da Região Metropolitana de Campinas. É o caso do Corpo de Bombeiros de Limeira que já enviou atendimento para socorrer situações irreais. O tenente desta unidade, Bruno Gobbo, declarou para o Jornal de Limeira que nem sempre é possível saber se a situação é de perigo real ou não e portanto é preciso enviar ajuda.  
Trotes ao Corpo de Bombeiros dificultam o atendimento
 de emergências na Região Metropolitana de
Campinas. Foto: Reprodução.


O Corpo de Bombeiros de Limeira tem a seu cargo também os municípios de Artur Nogueira e Engenheiro Coelho. Nos últimos meses, a unidade registrou cerca de 180 trotes diários, ou 60% das ligações por dia.

Samu
No entanto, os Bombeiros não são a única instituição que passa por esta situação. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) da cidade de Campinas recebe aproximadamente de 15 a 20 trotes por dia. A maioria destas ligações são feitas de telefones públicos ou celulares o que dificulta a identificação. “Muitas vezes acontece da nossas equipes sair em alta velocidade e ao chegar ao local nada é encontrado”, afirma José Roberto Hansen, representante do Samu.
Diversas medidas foram adoptadas por estas instituições para diminuir o número de trotes. Entre elas está o uso de bina, identificador de chamadas, para localizar os responsáveis. “Se [o trote] for pela primeira vez, nós orientaremos a pessoa para desistir das brincadeiras. Mas se persistir, nós utilizaremos meios legais para identificá-lo, bem como o local da ligação”, comenta Isaías Santos do Grupamento em Campinas. Já em Limeira, se o responsável da ligação é menor de idade, os pais são advertidos, mas se for adulto, abre-se um inquérito no distrito policial.

Para o Corpo de Bombeiros são considerados motivos para realizar ligações de emergência: pessoas engasgadas, enchentes, deslizamentos e desabamentos, soterramentos, captura de animais agressivos e ameaças de suicídio.

Segundo o artigo 266 da Lei nº 2848, todo trote que interrompa ou dificulte o serviço de emergência receberá uma detenção de um a três anos e uma multa ao responsável baseada no Código Penal.


Por: Katherine Changanaquí

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